Som na caixa, DJ!

 
Não são apenas as publicidades (investidas pelas empresas) as responsáveis pelo sucesso de produtos nos mercados econômicos. No caso da indústria automotiva, a consagração e a popularidade de determinado veículo também se solidificam quando alguma celebridade – astros de cinema, cantores, jogadores de futebol – entra em cena.

Com a Ford isso não foi diferente. Algumas músicas lançadas no Brasil, nos anos 60, 70 e 90, selaram de vez uma parceria entre cantores famosos e essas máquinas que ficaram eternizadas no coração do público. Cito os cantores Roberto Carlos, Marcos Valle, Raul Seixas, o forrozeiro cearense Neo Pineo, a banda amazonense Dendê a Dois e o compositor e cantor goiano Francis de Oliveira. 

 
Textos: JL Cantanhêde, Wikipedia, Portais Autoesporte e Jornal Diário do Nordeste
 
 

Roberto Carlos

Sabe-se que o Rei da MPB sempre gostou de carros. E teve vários da Ford. O mais famoso foi um Ford Modelo A 1929 (restaurado recentemente por ninguém mais que o grande Emerson Fittipaldi), que ele apelidou de “O Calhambeque”, título da música que era uma versão de “Road Hog”, de dois compositores americanos. A música fazia parte do disco "É Proibido Fumar", lançado em setembro de 1964.

 

Réplica do Ford Modelo A (este de 1931), o famoso Calhambeque do Rei Roberto Carlos

 

Nessa época, nascia a inesquecível Jovem Guarda, uma revolução musical que parou o Brasil e foi liderada por Roberto Carlos com seu rock’n’roll.

Marcos Valle

Em 1969, o cantor Marcos Valle popularizou os Fords Mustang e Corcel por meio de seu disco “Mustang Cor de Sangue ou Corcel Cor de Mel”. A crítica, na época, dizia que o artista tinha dado um cutucão bem-humorado no consumismo.

 

Réplicas do Ford Mustang 1964 (1:18) e Corcel 1970 (escala 1:43)

Capa do disco de Marcos Valle, de 1969

 

Raul Seixas

"Ouro de Tolo" é uma canção de Raul Seixas presente no álbum Krig-ha, Bandolo!, de 1973.  Em 2009, foi escolhida pela revista Rolling Stone a 16ª melhor na lista das 100 maiores músicas brasileiras.

O nome é uma alusão às promessas de falsos alquimistas na Idade Média, às quais se dava o nome de ouro de tolo. Raul Seixas reduz a nada as aspirações da classe média que apoiou o milagre econômico da ditadura ao transpor a ideia para a década de 1970: era um ouro de tolo a visão religiosa conformista e a euforia do cidadão respeitável gerada por estabilidade social.

 

Miniatura (escala 1:43) do Ford Corcel 1973 

 

Em 7 de junho de 1973, de acordo com uma estratégia de marketing proposta por Paulo Coelho (parceiro de Raul), Raul Seixas convocou a imprensa para registrar sua aparição na Avenida Rio Branco, em São Paulo, onde cantou a música Ouro de Tolo. A cena foi exibida no horário nobre da TV, no Jornal Nacional, da TV Globo. A canção era um ataque ao conformismo do País a respeito das ilusórias vantagens oferecidas pela ditadura. Tornou-se sucesso instantâneo e foi gravado pela Philips com mais nove canções em Krig-ha, Bandolo!.
 

Neo Pineo

Reza a lenda que na tal da identidade está escrito: Walmyr Rodrigues. Na capa do sétimo CD, a alcunha é outra, bem mais familiar ao público cearense: Neo Pi Neo. Engenheiro civil que, movido pela incontida molecagem, trocou os projetos pelos acordes e encontrou na música o meio ideal para destilar seu humor, sem pretensão de falso refinamento. A opção, ele mesmo avisa, é pelo popular. ´Pra fazer sucesso, o segredo é um só: conhecer o que o povão gosta. E só conhece quem também é povão´, filosofa, discreto que só ele, chamando a atenção de meia redação do Diário. Despertando risos e descontração em uns, reclamações e desdém em outros. ´Ó o barulho aí, que isso aqui não é mesa de bar...´, houve quem protestasse.

 

Miniaturas (resina, escala 1:24 e 1:43) da Ford Rural - 1975 e 1968

 

O Brasil conheceu o cantor e seu grupo a partir de 1997, quando lançaram “A Rural”, sucesso que estourou pelo País afora. Para escrever a letra da música, Neo diz: “´Primeiro, um gancho de Renato Aragão, em dizer que o cearense tem a maneira de falar meio árabe, ou seja, arabiense. Segundo, o ritmo forró. Terceiro, o carro antigo mais usado nas praias e cidades de difícil acesso. Quarto, a maior aspiração (ou piração) de todo sertanejo, que é ´rê u má´. Uni esses ingredientes e não deu outra: agradou a todos´.

 

Banda Dendê a Dois e Francis de Oliveira

O Ford Ka (versão antiga e versão de 2009) também ganhou destaque no cenário musical brasileiro com duas músicas - de títulos "Ford Ka" - nas vozes de uma banda de Manaus, Amazonas (Dendê a Dois, banda swingueira que pega carona no ritmo baiano), e do cantor e compositor goiano Francis de Oliveira (ritmo sertanejo universitário).

 

 

Mini do Ford Ka 1998

 

Mini do Ford Ka 2008

AUMENTA O SOM!!!

 

O CALHAMBEQUE

MUSTANG COR DE SANGUE (OU CORCEL COR DE MEL)

OURO DE TOLO

A RURAL

FORD KA (Versão 1) 

FORD KA (Versão 2)